terça-feira, 8 de novembro de 2011

Socialização

João do morro 

Eu sou João.
Mas não sou um João Ninguém.
Um dia eu já fui.
Mas hoje eu sou alguém.
Alguém que na mesa não tinha o que comer.
Que presenciava e vivia a pobreza
Nas vielas das favelas
Sem conseguir entender
Porque tanta diferença entre os barracos e arranha-céus.
Entre os cabelos lisos e carapinhos.
Entre o saber ou não saber, dos direitos que só alguns têm o privilégio de ter.
Sou brasileiro, mas não nasci em berço esplêndido como se diz da Pátria Amada.
Salve! Salve! Oh! Idolatrada.
Mãe forte e mãe gentil foi minha mãe.
Que no morro me pariu.
Em meio às balas perdidas que se perdem por este Brasil.
Protegido eu estou no morro.
Onde aqui mora meu povo.
Protegido da outra sociedade.
Que julga sem verdade.
Com tanta impiedade.
Guardando para si a impunidade.

Claudio Luiz Nogueira


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