terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sustentabilidade


Nunca antes se ouviu falar tanto nessa palavra quanto nos dias atuais: Sustentabilidade. Mas, afinal de contas, o que é sustentabilidade? Segundo a Wikipédia: “sustentabilidade é um conceito sistêmico; relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana”. Mas você ainda pode pensar: “E o que isso tudo pode significar na prática?”. Podemos dizer “na prática”, que esse conceito de sustentabilidade representa promover a exploração de áreas ou o uso de recursos planetários (naturais ou não) de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e toda a biosfera que dele dependem para existir.
Pode parecer um conceito difícil de ser implementado e, em muitos casos, economicamente inviável. No entanto, não é bem assim. Mesmo nas atividades humanas altamente impactantes no meio ambiente como a mineração, a extração vegetal, a agricultura em larga escala, a fabricação de papel e celulose e todas as outras, a aplicação de práticas sustentáveis nesses empreendimentos, revelou-se economicamente viável e em muitos deles trouxe um fôlego financeiro extra. Assim, as idéias de projetos empresariais que atendam aos parâmetros de sustentabilidade, começaram a multiplicar-se e a espalhar-se por vários lugares antes degradados do planeta. Muitas comunidades que antes viviam sofrendo com doenças de todo tipo, provocadas por indústrias poluidoras instaladas em suas vizinhanças viram sua qualidade de vida ser gradativamente recuperada e melhorada ao longo do desenvolvimento desses projetos sustentáveis. Da mesma forma, áreas que antes eram consideradas meramente extrativistas e que estavam condenadas ao extermínio por práticas predatórias, hoje tem uma grande chance de se recuperarem após a adoção de projetos de exploração com fundamentos sólidos na sustentabilidade e na viabilidade de uma exploração não predatória dos recursos disponíveis. Da mesma forma, cuidando para que o envolvimento das comunidades viventes nessas regiões seja total e que elas ganhem algo com isso, todos ganham e cuidam para que os projetos atinjam o sucesso esperado.
Quando nós pensamos em sustentabilidade, pensamos no amanhã e pensando desta forma podemos melhorar o mundo em que nossos filhos, e os filhos dos nossos filhos um dia herdarão.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Prisão de Traficante na Rocinha


Prisão de traficante na Rocinha

                                           

Alegria!


Alegria!


Alegria!


A sociedade vibra com a prisão do traficante Nem, que infelizmente, já está com seu nome ou apelido, vinculado a Rocinha, onde aproximadamente, com duzentos homens (se é que assim podemos chamá-los) julgava e roubava a paz dos moradores daquela comunidade, no mínimo há dez anos, com a exploração do comércio e com a venda de tóxico que tragava a vida de pais e adolescentes.


Todos acordaram nesta manhã do dia 10 de novembro de 2011, estarrecidos por este acontecimento. Mas infelizmente preciso deixar umas dúvidas, quanto a este episódio.


Quantos “Nens” virão ainda após este? Ou por quanto tempo as leis carcerárias conseguirão impedir o retorno do mesmo? Ou até quem sabe, desfrutando dos poderes da nossa própria lei, consiga se desvencilhar dos seus atos animalescos contra a sociedade? Quantos desta estirpe ainda estão por aí nos morros e comunidades, assustando nossas famílias, estuprando nossas filhas e condenando nossos filhos, impedindo-nos de ter a certeza de ver a luz do dia de amanhã, no regresso à nossas casas?


Uma certeza eu tenho: a Educação, a Cultura, o Emprego, o Saneamento Básico, a Lei e a Ordem, precisam estar lá. Chega de tapa buracos, ajuda disso ou daquilo, Bolsa Escola, Vale Gás, e de promessas não cumpridas.





Mudança Social


Comportamentos Sociais


Muda Brasil!



Cláudio luiz B. Nogueira

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Socialização

João do morro 

Eu sou João.
Mas não sou um João Ninguém.
Um dia eu já fui.
Mas hoje eu sou alguém.
Alguém que na mesa não tinha o que comer.
Que presenciava e vivia a pobreza
Nas vielas das favelas
Sem conseguir entender
Porque tanta diferença entre os barracos e arranha-céus.
Entre os cabelos lisos e carapinhos.
Entre o saber ou não saber, dos direitos que só alguns têm o privilégio de ter.
Sou brasileiro, mas não nasci em berço esplêndido como se diz da Pátria Amada.
Salve! Salve! Oh! Idolatrada.
Mãe forte e mãe gentil foi minha mãe.
Que no morro me pariu.
Em meio às balas perdidas que se perdem por este Brasil.
Protegido eu estou no morro.
Onde aqui mora meu povo.
Protegido da outra sociedade.
Que julga sem verdade.
Com tanta impiedade.
Guardando para si a impunidade.

Claudio Luiz Nogueira


domingo, 6 de novembro de 2011

Sobre os Trilhos da Via Férrea o Consumo da Morte




Sobre os Trilhos da Via Férrea o Consumo da Morte
Há alguns meses, em uma manhã ensolarada, deparei-me com uma multidão de viciados com idades aparentemente entre 12 a 30 anos, ali, logo ali, na região do bairro do Jacaré, onde a população desprezada pelas autoridades, que fecham seus olhos para não serem agredidos com a imagem de um grupo da sociedade que cresce desenfreadamente no vício. Entre barracos e casebres. Um grupo que fora estimulado a se fechar, pelo abandono, pela desilusão, pela falta de empregos, pela falta de oportunidades diversas e pelos descasos das autoridades governamentais. Eles ficavam parados ali debaixo dos trilhos do metrô, aglomerados amontoados e lançados à própria sorte entre seringas, maconha, álcool e pedras de crack.

Hoje, não estão mais lá, mas não graças à sociedade ou as autoridades que se comoveram com a degradação humana. Eles apenas mudaram de lugar, resolveram se esconder e se organizar formando uma pequena comunidade sobre os trilhos da via férrea, onde só as pessoas que fazem o trajeto Central do Brasil viam, de ambos os lados, e poderiam se deparar com tamanha Anomia Social e a consciência coletiva de um só grupo que se destrói gradativamente, e cresce de uma maneira absurda.

Eu passei por lá, fui de trem, e chorei de vergonha ao ver homens, mulheres e crianças, sujos imundos, mendigos famintos viciados. Aproximadamente umas trezentas pessoas que foram o que os meus olhos conseguiram ver; pessoas deitadas, sentadas, com os corpos à vista andando de um lado para o outro sem direção e perdidas nas suas ilusões sobre os trilhos. Alguns já mutilados, sem suas partes e com feridas ainda por cicatrizar.

Ali já começa a se formar uma nova comunidade, a comunidade dos que não conseguem ver luz no fim do túnel, a comunidade daqueles que por algum motivo se entregaram à própria destruição de suas vidas. Pessoas que perderam seus interesses e suas esperanças. Pessoas que perderam suas famílias ou foram abandonadas por elas. Pessoas que foram excluídas pela sociedade.

A Sociedade está dividida em uma luta de classes.

Os que têm muito e querem cada vez mais.

Os que têm pouco, mas dividem na medida do possível como ato de solidariedade.

E os que nada têm.

Desta forma eu divido a sociedade em apenas duas partes.

Aquela que olha para o seu próprio umbigo, sua própria mesa, seu próprio bem estar, seu próprio emprego, sua própria alegria, sua própria crença, sua própria vontade e despreza os outros. Enaltecendo a soberba, a ganancia e que partem para a humilhação como ato de misericórdia dando explicitamente aos outros a forma mais fácil para sucumbir.

Eles são protegidos pelos seus arranha-céus, suas contas bancárias e suas câmeras de segurança, correm velozmente com seus carrões importados e se cobrem do frio com seus casacos de visom. Quando se encontram ameaçados se unem em bandos para aniquilarem aqueles que os ameaçam, e em suas mãos determinam a miséria ou a conquista de uma determinada sociedade e a sua proliferação, dando a sociedade sem cultura o salário da desigualdade social.

Mudança Social.

Muda Brasil e agregue aqueles que um dia foram desagregados pela própria sociedade dando origem aos chamados grupos antissociais.